A História dos Jardins do Palheiro

Após o falecimento de John Burden Blandy em 1912 a propriedade passou para John Ernest Blandy (1866-1930). Ele conheceu Elinor Reeder, de Washington, quando ela visitou a Madeira a bordo do navio escola St Mary's de Nova Iorque, comandado pelo seu pai, o Capitão Reeder. Casaram em Baltimore em 1901 e viveram no Palheiro. Elinor cuidava dos jardins e mandou buscar árvores da América - nomeadamente Sequoias e Liriodendrons, que ainda hoje se podem ver.

Eis um extracto do livro "Madeira - Impressions & Associations" de Alan Lethbridge que visitou a herdade, ou Quinta, como era conhecida até cerca de 1924: "Passando pelos portões da portaria, que nos transportam no tempo até uma casa de campo inglesa, subindo pela pequena estrada de acesso, mais íntima, ladeada de camélias de todos os tons imagináveis, e lá está ela, a casa, a casa nova, pois a velha há muito foi abandonada em prol de conforto mais moderno. Conta-se que, no tempo do proprietário português, mandaram o capataz contar as cameleiras e ele, quando lhe perguntaram como correra, respondeu "Senhor, contei 9.000 e estou cansado, há muitas mais, portanto digamos que são 10.000".

Com o falecimento de John Ernest em 1930, Graham herdou este património e em breve casaria com Mildred, nascida na África do Sul. Foi a sua vez de cuidar dos jardins, enquanto Graham trabalhava na cidade e, aos fins de semana, se debatia com a quinta no Palheiro. Ela era uma jardineira dedicadíssima e importou muitas plantas de diversos lugares do mundo, especialmente Próteas da África do Sul. Foi ela que tornou os jardins famosos e os abriu ao público. Juntos, receberam muitas pessoas importantes que visitavam a ilha. Entretanto, a Casa Velha permanecia abandonada e esquecida e um pouco misteriosa, embora fosse um local favorito para as brincadeiras das crianças.

E, assim, chegamos aos actuais donos. Após o falecimento de Graham em 1972, terrenos agícolas e bosques foram transformados no campo de golfe, que abriu em 1993; a Casa Velha foi restaurada e transformada em hotel, e o aldeamento do Palheiro Village foi construído. Adam permanece como presidente do conselho de administração e a sua mulher, Christina (oriunda da Suécia) cuida dos jardins e supervisiona a Casa Velha; Jonathan, filho de Adam, é Chairman do golfe, do hotel e das actividades de lazer, enquando Louisa, filha de Adam, trabalha no Palheiro Village com a equipa de gestão imobiliária, zelando pelos proprietários e hóspedes do empreendimento.