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Observação de Aves

nature-owlHá mais de 20 espécies no Palheiro, uma boa amostra do que existe em toda a ilha. Há uma colónia de aves de rapina particularmente activa que se alimenta e reproduz na zona do campo de golfe. Para promover a presença dos pássaros e facilitar a sua observação, instalaram-se pontos de alimentação e abrigos para nidificação à volta do Palheiro Estate. Com o mesmo objectivo, colocaram-se também outro tipos de abrigo, bem como comedouros, para que, quando o Sol se põe, se possam ver as corujas e os morcegos. Portanto, durante a sua partida de golfe, ouvirá o chilreio de uma variedade de aves, e poderá ver alguma das seguintes espécies:


Águia-de-asa-redonda ou Manta (Buteo buteo buteo): uma ave de rapina grande, de vôo lento, castanha e com asas largas, muitas vezes confundida com uma águia - muito comum.

Peneireiro-da-Madeira ou Francelho (Falco tinnunculus canariensis): Um falcão pequeno, visto muitas vezes a pairar no vento - muito comum.

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Gaivota de patas amarelas (Larus michahellis atlantis): Nidifica em ilhas oceânicas e alimenta-se practicamente de tudo - muito comum.

Garça-real (Ardea cinera): Uma ave grande, cinzenta, de pescoço comprido. Voa lentamente com as patas penduradas - comum mas não se reproduz aqui.

Garça-branca-pequena (Egretta garzetta): Uma versão branca e mais pequena da Garça-real - não é comum.

Pombo da Rocha ou Pombo Doméstico (Columba livia): uma versão escura e mais pequena do pombo correio - comum.

Rola-Turca (Streptopelia decaocto): Uma rola pequena, bege com uma "coleira" preta - não é comum.

Andorinhão-pálido ou andorinha-do-mar (Apus pallidus brehmorum) e Andorinhão-da-serra ou Andorinha-da-serra (Apus unicolor): As duas espécies, de tom pardo, podem ser vistas caçando insectos com o bico, sobre o campo de golfe. Tal como o nome indica, o tom do pálido é mais ténue.

Poupa (Upupa epops): Uma ave surpreendente, de tom alaranjado pintalgado de negro e branco, crista e bico comprido e cavado - incomum e inesquecível.

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Corre-caminhos ou Petinhas (Anthus berthelotii): Um pequeno pássaro cinza-acastanhado, que corre pelos fairways. É semelhante à Petinha-marinha, que frequentemente se vê nos campos de golfe da Escócia, mas com um aspecto mais deslavado. Comum.

Toutinegra-de-barrete-preto ou Cabeça-preta (Sylvia atricapilla): Uma ave de pequeno porte, com um trinado típico, que habita a vegetação rasteira. O macho tem um "barrete" preto, enquanto a fêmea e os juvenis têm um castanho. Emite um som "Tac-tac" como sinal de alarme e tem um canto doce, com notas flauteadas - comum. Existe uma subespécie, incomum, propensa ao melanismo, com a pelagem escurecida.

Alvéola-cinzenta ou Lavandeira (Motacilla cinerea): É uma ave pequena que se pode observar perto de água. Paradoxalmente aparenta ser principalmente de cor amarela, mas deriva o seu nome da plumagem superior. Saltita e agita a cauda.

Estrelinha-real ou Bis-bis (Regulus madeirensis): É um passarinho muito pequeno, com um trinado típico; tem um padrão distinto na cabeça, de tom vermelho dourado, uma risca preta nos olhos e uma branca logo acima. Emite um som tipo campainha e o canto é agudo - comum nas árvores.

Canário (Serinus canaria): um passarinho amarelo-esverdeado visto frequentemente em pequenos bandos. Não é nada parecido com os de gaiola - muito comum.

As seguintes aves também são relativamente comuns: Melro-preto (Turdus merula), Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis), Pintassilgo (Carduelis carduelis parva) e Pisco-de-peito-ruivo ou Papinho (Erithacus rubecula rubecula) - contudo, a possibilidade de observar uma visita rara existe, especialmente quando o vento tenha soprado de Leste.


Macaronesian SparrowhawkO Gavião-da-Europa ou Fura-Bardos
(Accipiter nisus granti)

Esta ave de rapina da floresta depende do seu habitat natural, a floresta laurissilva. É uma subespécie endémica da Macaronésia, que aparece apenas na ilha da Madeira e em cinco ilhas do arquipélago das Canárias: Gran Canaria, Tenerife, La Palma, La Gomera e El Hierro. É difícil de observar em virtude do seu vôo veloz e comportamento esquivo. É mais activo durante a época de acasalamento (Fevereiro a Julho). A fêmea é maior e tem uma barriga cinza-acastanhada, enquanto a do macho é vermelha-acastanhada.

Embora qpenas 9 casais tenham sido oficialmente identificados a nidificar na Madeira, esta espécie tem sido observada a nidificar nas árvores dos Jardins do Palheiro.

photo by: José Juan Hernández 


 

Pombo Trocaz (Columba trocaz): Espécie endémica rara a nidificar no Palheiro Estate

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Como residente de longa data na ilha, cresci a ouvir a história que o Pombo Trocaz vivia exclusivamente nas florestas de laurissilva no Norte da ilha, alimentando-se de bagas de louro; quando se aventuraram para o exterior, para comer couves tenrinhas, os agricultores furiosos caçavam-nos e, portanto, a população estava em declínio. Em grande parte tal continua a ser verdade, embora se possam observar estas aves em pequenas zonas de laurissilva do lado Sul da ilha e sejam espécie já protegida há largos anos. Acredita-se que a população esteja agora a aumentar.

No segundo volume do seu livro "Birds of the Atlantic Islands" ("Aves das Ilhas Atlânticas"), David Bannerman dá destaque ao Pombo Trocaz, com uma ilustração grande, a cores, a acompanhar o texto que descreve a respectiva ave, nomeadamente que pode ser identificada através do seu bico vermelho, anel cinzento à volta do pescoço, tom rosado no peito e dedo ou garra do meio muito comprido (ver ilustração). Na verdade, desta magnífica ave há vários exemplares armados no Museu de História Natural do Funchal. Como visita frequente aos Jardins do Palheiro ao longo dos anos, tenho observado uma quantidade crescente de Pombos Trocazes, tendo inicialmente achado que pudessem estar perdidos, ou que tivessem sido assustados por incêndios ou caçadores. Actualmente já estão mais estabelecidos e o Greenkeeper do Palheiro Golf, Luís Alves, acredita que deve haver várias dúzias a viver nos bosques, procurarando alimento junto dos loureiros, azinheiras e árvores semelhantes. Têm-se tornado bastante mansos, aliás como provavelmente seriam quando a ilha foi descoberta.

Recentemente um juvenil, incapaz de voar, foi encontrado e colocado numa caixa de cartão; O Dr. Frank Zino e o Dr. Manuel José Biscoito, curador do Museu de História Natural, foram consultados e, graças a este último, a ave foi recolhida por João Silva, o responsável pelas colecções do Museu. A ave reagiu bem ao seus cuidados, já come sózina e está a esforçar-se por voar - embora ainda de forma um pouco instável... Oxalá um dia venha e ser devolvida ao mesmo local, e que possa voar novamente no seu refúgio do Palheiro. Disseram-me que já era o segundo caso, porque o ano passado, no Palheiro, houve um filhote que caiu do ninho, e foi João Silva quem tratou dele, tendo, no início, que o alimentar à mão, antes de ser devolvido ao seu meio natural.

Nos Jardins do Palheiro às vezes podemos observá-los nos relvados e bebendo dos charcos. Recentemente vi de perto um macho namoradeiro. Perante duas fêmeas que se mostravam atentas, abanou a cauda, revirando-se e saltitando à sua frente. À tardinha podemos vê-los a voar para a Ribeira do Inferno, que fica perto. Acredito que o mais provável é que nidifiquem ali, ou nos buracos ou rebordos da escarpa de pedra, sobre a nascente na base do penhasco, ou nos loureiros. As visitas aos Jardins raramente visitam esta zona selvagem que contém uma série de árvores endémicas da Madeira.

Richard Pell